Pela tua mão
Mergulhei num turbilhão
de emoções aceleradas
Rasguei nuvens e planei por locais nunca explorados.
Fui gigante num reino nosso, onde tudo era possível.
E sonhei, como sonhei!
Pela tua mão
Fui fêmea
arrebatada
Paixão
descontrolada
Oceano profundo cheio de vida.
E amei, como amei!
Na tua mão
Havia o encantamento da surpresa,
O brilho da verdade absoluta,
O nada que era tudo..
Em mim.
Na tua mão
Nasciam fontes que saciavam,
Barcos à vela
que navegavam,
Na certeza do futuro incerto...
Em ti.
Mas a tua mão
partiu.
Restou-me o vazio das minhas.
O frio da pele num corpo onde tudo jaz.
A inércia
do que antes foi pulsar, jorro de vida.
Foste. Fomos.
Deixaste o suave sopro de ar entre os dedos
E a escuridão.
Rosa Cruz
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